terça-feira, 19 de julho de 2011

Fabrica Brandao Gomes & Cª

FÁBRICA BRANDÃO, GOMES & C.ª
Em 1894, Alexandre Brandão, Henrique Brandão e Augusto Gomes constituem a sociedade Brandão, Gomes & Cª.
A qualidade, diversidade e apresentação das conservas Brandão Gomes, proporcionada por um bom apetrechamento tecnológico, levaram a uma rápida afirmação nos mercados internacionais e, em particular, no Brasil onde tiveram grande aceitação.
A necessidade de aumentar a capacidade de produção de conservas de peixe e assegurar um acesso mais regular de peixe fresco levou a empresa a estabelecer fábricas filiais nos portos piscatórios de Matosinhos (1904) e Setúbal (1911) ou em mercados abastecedores pouco explorados como era o caso de S. Jacinto (1909).

TRABALHO
Nas épocas de maior movimento trabalhavam na fábrica de Espinho cerca de 400 indivíduos, com particular saliência para raparigas menores e sem qualquer escolaridade. Em 1910, apenas 25 dos seus trabalhadores sabia ler. Tinham na sua maioria uma origem piscatória e, no caso das mulheres e raparigas, a retribuição monetária era destinada a complementar os rendimentos dos respectivos agregados familiares.

PRODUTOS
As conservas de sardinha constituíam a principal produção das unidades fabris Brandão Gomes. Comercializada em latas de diferentes tamanhos e dimensões, a sardinha era apresentada nas mais diversas variedades.
A introdução de novos produtos de acordo com a divisa melhorando sempre, levou a empresa à exploração de todos os segmentos de mercado das conservas alimentícias. A sua actividade produtiva estendia-se a uma grande variedade de peixes, mariscos, carnes, aves, caça, legumes, frutas em calda, geleias, marmelada e queijo da serra.
A ampliação das primitivas instalações permitiu a produção de legumes em mostarda ou vinagre e do môlho d’Espinho. Em 1908 surgia o azeite enlatado e comercializado sob a marca Brandão Gomes.

ARTES
A Arte da Xávega é um sistema de pesca artesanal caracterizado por possuir um aparelho de arrasto demensal que, na nossa costa, é lançado pelo barco de mar. A partir da praia, desloca-se até distâncias consentidas pelo aparelho e à praia regressa, iniciando-se a designada pesca de arrasto ou da xávega, a qual se pratica com o recurso a um grande barco e a uma grande rede (arte grande). Não é o barco, mas sim o aparelho de arrasto que dá o nome à arte.

COMPANHAS
Durante muito tempo, a Arte da Xávega foi um agrupamento de pescadores sujeito a usos e costumes tradicionais sob a chefia de um governo, dedicando-se à faina do mar, e que tomou, no decorrer do tempo, vários nomes: chinchorro, companha e sociedade de pesca. Um processo de pesca artesanal que designava uma agremiação formada por sociedades com capitais realizados ou individuais.

FAMÍLIA
A Arte Grande, assente numa técnica com características peculiares (redes e embarcações), é moldada por um tipo humano original que desenvolveu uma forma particular de organização social. O vareiro, a varina e os filhos, compõem uma família que tinha na pesca a sua principal fonte de sustento.